terça-feira, 24 de setembro de 2013

De António Ramos Rosa (poeta)

Para um Amigo Tenho Sempre  

Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.

Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.

António Ramos Rosa, in "Viagem Através de uma Nebulosa"


Porque com certeza ouviste falar da morte do poeta Ramos Rosa, ontem, 23 de setembro de 2014, deixo-te aqui um poema dele. 
Quando o leres, descobre a ternura, a convivência, as recordações de encontros... Descobre também que, para o poeta os momentos passados com um amigo nunca são cronometrados. 

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